sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Madame Bovary, Gustave Flaubert

Se hoje em dia ficamos boquiabertos com certos casos de traição que vemos por aí, imagine em 1857 quando Madame Bovary foi publicado.

O livro narra a história de uma mulher que trai seu marido. Baseado em história real, o livro rendeu até um processo a seu autor, Gustave Flaubert. Perguntado sobre quem seria o modelo, sua resposta foi: “Madame Bovary sou eu".

Lendo só isso, pode-se pensar que é só mais um livro, talvez as mais feministas digam que difamam as mulheres, os homens talvez não se interessem por tais questões… Mas não é. O autor consegue abordar vários temas e o livro é cheio de metáforas, alusões a outros autores e críticas.

Uma das críticas mais fortes do livro, aparecendo especialmente nas conversas entre o cura e o farmacêutico, é sobre a igreja, padres e seu modo de viver. Pois é, não bastava só tratar de um tema polêmico, tinha que censurar fortemente a igreja, que naquela época mandava muito. Chega a ser hilário ler alguns trechos de tais embates e os pontos de vista dos personagens.

Outro ponto interessante do livro é o fato de que o marido e a filha de Ema Bovary, especialmente essa, aparecem muito pouco no livro. E quando dão o ar da graça são em passagens rápidas com frases objetivas e como se o que fizessem pouco importasse.

Embora o livro tenha sido escrito no Século XIX é possível ver muitas pessoas que estão por aí hoje em dia já naquela época: a que quer se tornar famosa a qualquer custo, a que vive uma vida desregrada, a que quer viver do bom e do melhor, a que muito pouco quer trabalhar, enfim, um livro bastante atual na descrição de seus personagens.

O único ponto a desejar do livro foi que achei o início um pouco enfadonho, tanto que tive que recomeçar para poder seguir adiante.

Se está procurando um “clássico atual” esse livro é uma boa pedida!

domingo, 18 de julho de 2010

Inverno na Serra

Gostaria de compartilhar com vocês algumas fotos das manhãs dos dias 14 e 15 de julho. Fotos em que aparece toda a beleza da região serrana catarinense no auge do seu inverno.

Chega de palavras, as imagens falam por si só…

 

DSC02333

 

DSC01210

 

DSC01242

 

DSC01214

 

Quem quiser ver todas as imagens é só clicar aqui: Flickr

Eu sei, mas não devia

Então que faz tempo que não dava as caras por aqui... Estou pensando nuns posts interessantes... Mas, sem querer querendo, dando uma olhada no Meia Palavra, no fórum sobre autores brasileiros, vi um tópico sobre Marina Colasanti e entrei para dar uma olhada. E eis que me deparo com um texto super pensativo escrito por tal autora. Chama-se Eu sei, mas não devia, e resolvi compartilhar com vocês:
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Muito bom né??? Quero procurar outros trabalhos dessa autora para ler...
Exatamente daqui> Meia Palavra - Marina Colasanti

domingo, 23 de maio de 2010

Avatar

Sei que muita gente já assistiu o filme Avatar muitas vezes, alguns já estão de saco cheio de tanto que falaram... Mas, creio que alguns faíscas atrasadas como eu que ainda não viram o filme, agora que passou a febre topem em ler algumas palavras sobre ele.

Primeiro: preciso ler Guerra ao Terror. Só assim para entender porque Avatar não ganhou o Oscar. O filme é muito bom!!!!
Quero deixar claro que não entendo nada de filme, produção, fotografia, som, etc... A única coisa que sei é o que vejo mesmo. E o que vi nesse filme foi sensacional. Cores vibrantes, história boa, romance+ação na medida certa.
Para quem ainda não sabe: Pandora é um mundo fora da terra e que possui um mineral muito valioso. Humanos estão lá para conseguir pegar esse minério. O povo de Pandora são os na'vi. Os humanos fazem uns na'vi que são controlados por seres humanos. Um deles consegue ganhar a confiança do povo, só esquece de dizer que os humanos querem guerra... Quando a guerra chega... bom você vai ter que assistir para saber...

Mas é muito bom mesmo!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Curso de Esperanto

Esperanto é um língua universal, tem por base o latim.
Sempre tive curiosidade de conhecer um pouco mais, mas preguiça de procurar na net, e agora a Uniplac está promovendo um curso básico de esperanto aos sábados. Eu que não sou boba nem nada fiz minha inscrição.
As aulas iniciaram sábado passado, mas é a partir desse sábado que as aulas começarão de fato.
Espero que seja um curso bom, motivador, estou precisando queimar neurônios com algo novo....

http://esperanto-uniplac.blogspot.com/

domingo, 11 de abril de 2010

Visita à Usina Hidrelétrica Barra Grande

Só quem vai a uma Usina Hidrelétrica é capaz de compreender a complexidade que existe por trás da geração de energia. A grandiosidade de uma Usina não pode ser descrita em palavras, mas vou tentar mesmo assim.
Todo o processo, desde o estudo até o início da geração de energia, é algo tão grande, envolve tantas pessoas que quando recebemos a energia em nossas casas não fazemos conta.
Toda a região vizinha é afetada, e é por isso que retiram os ribeirinhos, implantam projetos de conservação do meio ambiente, realizam projetos sociais nas comunidades atingidas. Não tem como simplesmente construir uma barragem e fazer de conta que os arredores não serão afetados.
A represa é algo lindo, mesmo. Com o céu azul que estava hoje é de ficar de boca aberta, literalmente.
  A quantidade de botões, máquinas, alavancas é outra coisa que chama a atenção. Ah, tinha só dois operadores, isso mesmo, dois operadores controlando todo o empreendimento. Um de olho no computador, e outro vistoriando os ambientes.
Se você tiver oportunidade de visitar uma Usina Hidrelétrica vá, não pense meia vez, porque vale muito a pena, é algo que vai ficar na memória para sempre.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Saga Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan

A saga Percy Jackson e os Olimpianos sempre aparecia no meu caminho, geralmente opiniões favoráveis aos livros, mas nunca tinha me interessado de fato em ler.Até que li o primeiro capítulo de A Maldição do Titã, terceiro livro da saga, e senti que a história era realmente boa e que precisava ler.
Comprei os 4 primeiros: O ladrão de raios, O mar de monstros, A maldição do titã e A batalha do labirinto.
Em três dias li o primeiro e não me arrependi da compra. Daquelas histórias que a gente não consegue parar de ler, os personagens cativantes, mistura de mitologia grega com o mundo atual que deu muito certo! E o mais importante: daquelas histórias que você lê e tem vontade de estar lá participando (assim como aconteceu quando li As Crônicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis).
Quem está procurando uma leitura fácil, divertida, para passar o tempo muito bem pode procurar essa série e não vai se arrepender!

terça-feira, 9 de março de 2010

3ª Cavalgada e 1ª Tropeada da Mulher Campobelense

Vem aí a 3ª Cavalgada e 1ª Tropeada da Mulher Campobelense de 19 a 21 de março de 2010. Este ano com tempo de duração maior (de sexta à domingo), com pouso nas fazendas (em cima de pelegos, como faziam nossos antepassados) e com certeza a alegria, disposição, amizade estarão presentes como estiveram nas outras edições do evento.

Programação

Dia 19/03/2010 - Sexta-feira
13h: Saída da cavalgada e tropeada
14h: Benção e saída da cavalgada em frente à Igreja Matriz, passando pela Rua Major Teodósio Furtado com destino à Granja Manfroi (Dejair Manfroi)
18h: Chegada da cavalgada
Logo após jantar campeiro. Em seguida palestra com o tema: "tropeirismo", divertimentos em geral, baile no galpão de chão batido, pouso na fazenda.

Dia 20/03/2010 - Sábado

8h: Café colonial e saída da cavalgada e tropeada com destino ao Sítio São roque (Tio Guina e Maria Furtado)
12h: Almoço. Logo após haverá tertúlia com danças, poesias, bailes, shows
16h: Saída da cavalgada com destino à Fazenda do Sr. Adair Tessaro e Ilzete. Haverá jantar, muitas atrações e pouso das tropeiras

Dia 21/03/2010 - Domingo

8h: Café da manhã na Fazenda do Sr. Adair Tessaro e Ilzete. Saída da cavalgada e tropeada com destino à Fazenda Colorado - Rodeo da Pedra (Osvaldo Pucci e Lausina Furtado)
12h: Almoço
15h: Saída da cavalgada retornando a Campo Belo do Sul
18h: Chegada prevista em Campo Belo do Sul com desfile das cavalarianas e tropeiras pela cidade.

Lembrando: maridos, filhos, namorados só poderão participar das refeições e atividades culturais e artísticas mediante inscrição, não participarão da cavalgada.
Valor da inscrição: R$ 30,00

Participe!

domingo, 7 de março de 2010

Os Filhos de Húrin - JRR Tolkien


Húrin, um homem de coragem. Morgoth, o inimigo número um dos povos. Húrin desafia Morgoth em sua fortaleza, Angband. Morgoth o faz seu refém e lança uma maldição aos seus filhos. 

A tragédia acompanha Túrin aonde ele vai. Todos os lugares que ele chega procurando abrigo, com nome diferente, ele é bem vindo, mas de uma forma ou de outra a maldição de Morgoth o encontra e logo acontece novas tragédias. 

Niënor também não tem vida fácil na Terra Média, e tem sua dose de maldição bastante forte.

Esse conto, merecidamente num livro só seu, é uma das melhores histórias criadas por Tolkien. Toda a beleza, tragédia, orgulho, amizade estão presentes de forma bastante interessante.

Quem ainda não leu nenhum livro do Tolkien está convidado a começar por este. 

O Silmarillion - JRR Tolkien

Esse livro relata os acontecimentos da Primeira Era do Mundo. São histórias ocorridas muito antes de O Senhor dos Anéis (fim da Terceira Era).

Na Primeira Era, Fëanor, um príncipe elfo de extremo renome e sabedoria, cria as Silmarils, jóias lindíssimas e únicas. Morgoth, o Senhor do Escuro e Inimigo dos povos livres, rouba as Silmarils de Fëanor. Este e seus filhos fazem um juramento para recuperar as jóias. Todas as guerras travadas entre os exércitos de Morgoth e os elfos são os relatos principais em O Silmarillion.

Esse livro ainda relata o aparecimento dos homens e sua aliança com os elfos. Bem como o aparecimento dos anões. Traz também os contos de Beren e Lúthien e dos Filhos de Húrin de forma resumida.

Em outra parte o livro fala um pouco sobre Númenor e sua queda. 


O que mais chama a atenção nesse livro são as traições e o orgulho das pessoas. Muitas guerras e desencontros poderiam ser evitados se não fossem esses fatores.

Desde que eu li a primeira vez me apaixonei pela Primeira Era do Mundo. São lugares e personagens tão diferentes de O Senhor dos Anéis e ao mesmo tempo tão fascinantes, cada qual com suas particularidades, fraquezas, amores que os tornam especiais na mitologia escrita por Tolkien.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Texto sobre leitura

A professora passou-nos um texto sobre o contato com o texto, as emoções sentidas, etc. Achei bem interessante e vou compartilhar aqui.
Aqueles que são habituados a ler se identificarão com as palavras do texto, já aqueles que não possuem esse costume podem ser despertados para essa prática.


O Combate Com o Texto
Mas cuidado! Ele está vivo!

Por Ana Maria Netto Machado
Professora Doutora e Coordenadora do 
Mestrado em Educação da UNIPLAC

Falar em combate leva a pensar em violência, morte, massacre. O  combate do qual quero falar-te hoje, leitor, é menos sangrento, mais sutil, quase invisível, não costuma sair nos jornais e mora entre muitos de nós. Mas não por isso é menos nocivo!

Combater com um texto? Será possível? Dom Quixote de La Mancha via inimigos nos moinhos de vento. Será que estamos delirando como ele ao pensar nos textos como inimigos? O encontro semanal com três turmas de alunos, na Universidade de Caxias, em 1999, gerou em mim reflexões que quero partilhar contigo. Acompanha-me e verás!
Pensando nas queixas de alguns alunos em relação aos artigos, livros, textos que precisavam ler para as disciplinas, e a ideia, de uns quantos, de que não é preciso ler, mas bastaria que o professor explicasse a matéria, me ocorreu o seguinte:

Há muitas coisas na vida, as melhores e também as piores, que ninguém pode fazer no lugar da gente. Saborear meu sorvete preferido, de morango com chantilli, por exemplo; degustar um bom vinho tinto numa noite fria ao pé da lareira; apreciar um luar a dois no auge da paixão; experimentar a plenitude máxima de um encontro amoroso; sentir o frescor da água límpida que aplaca a sede, após uma longa caminhada na areia tórrida de uma tarde de verão ou, até, bem menos romântico, mas não por isso menos prazeroso, ler o gibi preferido, na privacidade do banheiro de cada um, sem ser importunado. Isto, para citar apenas as coisas boas!
Posso ouvir relatos de amigos sobre suas fantásticas aventuras amorosas ou esportivas. Posso partilhar de seu entusiasmo, mas a intensidade do vivido ficará com eles, impenetrável. Para usufruir das sensações de voar de asa delta, ou tantas outras coisas mais ou menos simples da vida, tenho de enfrentar o medo, o tremor e assumir o risco. Se sobreviver, provavelmente não me arrependerei de ter experimentado e ousado.
Naquele mesmo ano, 1999, um célebre professor da USP, Prof. Marcos Massetto, ministrou palestra para os professores da UCS. Ele criticava o professor tradicional que transmite conhecimentos. A Universidade não é um cursinho comprido profissionalizante, na Universidade ainda se aprende, dizia o professor. Assim como na vida, que fica muito monótona quando dela já sabemos tudo, e só temos que repeti-lo até o último de nossos dias.
Quando um dos meus alunos teve a franqueza de dizer-me o que pensava: que eu não precisava dar textos para os alunos lerem, mas bastava que eu explicasse a matéria, ele estava querendo que eu fosse uma transmissora de conhecimentos. Que eu lhe contasse como são as coisas da vida mas lhe poupasse de conferir com seus próprios meios. É como se eu comesse o meu sorvete e lhe contasse como foi delicioso ou horrível. Evidentemente, deixarei que seu sorvete derreta diante de sua boca sedenta, e me recusarei a saboreá-lo em seu lugar. Um texto não é um sorvete! Não estou ainda tão desmiolada! Mas pensemos juntos: eu, Ana Maria, com meu tom de voz, minhas imagens, minha história, meus amores, minhas escolhas, tenho o direito de impedir que meus alunos façam o seu próprio combate com os diversos autores dos textos que escolhi para apresentar-lhes? Pobre de Freud, de Dejours, de Piaget, de Malinowski, de Lacan, de Taylor, de Vigotsky, de Merlo, que ficarão todos um pouco parecidos, porque sou eu a apresentá-los, com meu estilo de falar, de vestir, de olhar, meus vícios e preferências, etc. tenho eu, como professora universitária o direito de ser um escudo entre estes jovens alunos e os grandes ou menos grandes pensadores de todas as épocas? Tenho eu o direito de guardar, só para mim, os prazeres e agruras do corpo-a-corpo com os autores? Tenho o direito de poupá-los do contato direto com estes personagens variados, com suas histórias, suas épocas, seus vícios de linguagem, seus delírios, suas teorias, suas paixões?
Não! Não tenho esse direito! O professor que transmite conhecimentos está na posição de barreira, impedindo que seus alunos criem intimidade com os texto e autores. Impedindo-lhes de experimentar a dor e o prazer decorrentes da luta ímpar entre o leitor e o autor. Impedindo que eles se defrontem com a estranheza dos costumes de outras épocas, de outros tempos. Impedindo que eles dêem de cara com os preconceitos, com os valores de outras culturas, que fiquem chocados, sintam-se agredidos, horrorizados e ... reajam! Impedindo que eles possam amar ou odiar tal ou qual autor, e não apenas amar ou odiar o seu proferssorzinho de carne e osso, que estão ali toda semana junto a eles.
Ninguém pode me substituir nem te substituir no combate com um texto. Essa luta me pertence e te pertence e evitá-la é covardia da pior espécie. Sairei e sairás marcado certamente, mas com o orgulho de ter honrado a luta. Terei e terás o que contar. Nada pior existe do que o arrependimento pelo que poderíamos ter feito, mas não fizemos! Pois, neste caso, nunca saberemos se teríamos sido vencedores ou vencidos, o que teríamos ganho ou perdido. É preciso que cada um tenha coragem de marcar um encontro com cada autor proposto. E esse encontro com teu autor será íntimo, exclusivo e único. É preciso poder xingá-lo, jogá-lo longe, rejeitá-lo porque escreve de maneira difícil, porque usa palavras que não entendo, porque fala de coisas que nunca vi. Ou então, poder segui-lo, abraçá-lo, acarinhá-lo, carregá-lo no ônibus, no colo ou embaixo do braço, no passeio de domingo ou no trajeto de cada para o trabalho. Querê-lo por perto porque está falando de mim, do que vivo no meu dia a dia, apesar dele nunca ter estado em minha casa e ter morrido muito antes que eu tivesse nascido.
Os textos, os livros parecem coisas mortas, sem graça, sem vida. São silenciosos, passivos, discretos, monótonos. Isso é o que pensam aqueles que não os frequentam! Mas eles são sorrateiros, traiçoeiros. Se tu, como leitor, passares a mão e olhos nas suas páginas pálidas crivadas de manchinhas pretas, por um certo tempo, se insistires, aí..., como a bela adormecida com um beijo do príncipe, aquele objeto parado tomará vida, ele roubará um pouco de tua vida e muita coisa pode acontecer, das lágrimas à felicidade, da raiva à excitação, do sono à insônia. Ele poderá te perturbar para sempre. O combate está proposto. É uma luta sem armas de fogo, uma luta corpo-a-corpo, íntima e sensual, que muitas vezes evitamos começar, desperdiçando assim experiências ricas, capazes de mudar nossas vidas. E não esqueçamos, se trata de experiências nas quais cada um de nós é insubstituível.
Pensa nisso, no próximo texto que te encarar! E coragem, porque não está morto quem peleia!!!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aula

Hoje tivemos uma aula muito boa. Com temas que renderam ótimas discussões: problemas sociais no Brasil.

Violência, educação, desemprego, preconceito. Em uma das aulas em que o povo mais participou, defendeu seus pontos de vista, trouxe dados para contribuir. Bem legal mesmo.

Ficou ainda muita coisa para discutir, afinal são assuntos complexos, que envolvem questões secundárias, históricas e políticas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fim de férias

Ai ai, bem dizem que tudo que é bom dura pouco. Grande verdade. Minhas férias (tanto do trabalho quanto da faculdade) acabaram esse findi (na verdade já teve aula ontem e hoje, mas não fui...) e estavam tão agradáveis.

Não sai para lugar nenhum, na verdade nem nos vizinhos eu fui eheheh, mas descansei bastante, entrei na net à vontade, li muito, dormi..

Essa semana fizemos nossa mudança, mas ainda tem muita coisa para arrumar e limpar. Não sabia que tinha tanta coisa, a maioria presentes, roupas e calçados até que não tinha tanto!

O único tempo perdido foi a leitura do livro A Cabana, que livro chato, enrolão... Fazia muito tempo que não lia um livro tão ruim quanto esse.... Mas há quem goste....

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Senhor dos Anéis - JRR Tolkien

Esse livro é o livro da minha vida!

Um livro que lido a primeira vez encanta, marca. Se lido uma segunda, terceira, quarta vez, ele emociona, se torna parte do leitor. Pelo menos para mim foi assim. Quanto mais se lê, mais se gosta e mais questões a serem debatidas/pensadas surgem.

E pensar que todo o universo criado por Tolkien foi para dar um pano de fundo às línguas que ele criou, ou seja, há muito mais por trás do livro, do que simplesmente a história de Frodo, Gandalf, Sauron, entre outros personagens.

Se você não leu, mas assistiu o filme e pensa estar a par da história está enganado. Os personagens e lugares são os mesmos, bem fiéis por sinal. Mas o desenrolar da história é completamente diferente. Ocasiões decisivas são diferentes no livro e no filme. Mas vale assistir, sim, porque é um filme muito bom. Mas nada como entrar fundo na história e ler os livros!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Férias

Ai ai coisa boa essa história de férias. Tudo tranquilo, pernas para o ar, soneca às tardes....
E muita leitura. Estou  quase terminando o terceiro livro de O Senhor dos Anéis. E toda vez que leio e chego no fim, eu me emociono com a história. Gostaria que tivesse mais um livro, que contasse as histórias da Quarta Era, que não me separasse de personagens tão queridos!
Assim que terminar posto mais sobre ele ^

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Punição no futebol

No dia 8 de novembro do ano passado, o jogador Jobson (Botafogo) foi pego no antidoping por uso de cocaína. No dia 6 de dezembro em novo exame o resultado foi positivo novamente, podendo levar o jogador a ser banido do esporte.
Ele negou, dizendo que havia usado uma única vez em uma festa e talz.

Hoje ele foi suspenso do futebol por 2 anos por uso de crack. Sim, ele fumou crack mais de uma vez.

O advogado dele, família, dirigentes do futebol foram contrários à decisão do juiz, que 2 anos de suspensão é muito, que ele precisa de ajuda...

Concordo plenamente que ele precisa ajuda. Mas não creio que 2 anos de suspensão sejam demais pelo uso da droga. É sabido que o esporte é, muitas vezes, uma fuga do mundo das drogas. De repente, um jogador numa carreira promissora, de 21 anos, é flagrado no antidoping por uso de droga (uma droga altamente destrutiva) e nada é feito, os garotos que estão começando podem trilhar o mesmo caminho esporte+droga. Sendo que esta é prejudicial àquele.

Enfim, vejo isso como uma luz no fim do túnel. Uma luz para um mundo que, em determinados lugares, é comandado pelo uso/tráfico de drogas.

Reportagem completa: Globo Esporte

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Hobbit - JRR Tolkien

Este é o livro mais fácil de ler e entender, já que Tolkien o escreveu pensando em seus filhos. A história não envolve muitos povos e lugares e o mapinha que vem no livro ajuda bastante a se ambientar.
Mas não pense você que não leu que ele fica muito atrás de O Senhor dos Anéis. Toda a grandiosidade que Tolkien consegue repassar está ali presente.

Numa bela manhã chegam na casa de Bilbo treze anões e Gandalf, o mago, propondo uma aventura: recuperar o tesouro que Smaug, o dragão, roubou dos anões. Bilbo inicialmente fica meio indeciso, afinal os hobbits não são criaturas aventureiras, mas depois de uma conversa bastante "esclarecedora" os anões conseguem convecê-lo a seguir com eles para a montanha solitária, lugar onde se encontra o dragão.
Muitas aventuras acontecem no caminho: trolls, orcs, wargs, águias, elfos, etc. E aqui também acontece o encontro de Bilbo e Gollum, e como Bilbo encontrou e se apoderou do Anel do Poder, esse essencial para as aventuras do próximo livro: O Senhor dos Anéis. E também ajudou bastante Bilbo a se livrar de várias enrascadas.

Não vou falar mais para não contar partes da história. Só deixar registrado que vale a leitura, ou melhor que a leitura é obrigatória!

Ps: Está em promoção no Submarino, R$ 49,90 por O Hobbit + O Senhor dos Anéis + O Silmarillion Coleção Tolkien

Releituras

Esse ano resolvi que releria os livros do JRR Tolkien (O Hobbit, O Senhor dos Anéis, O Silmarillion, Os Filhos de Húrin, Contos Inacabados e Cartas de JRR Tolkien). E para acompanhar a releitura nada melhor que livros novos. Em julho comprei o box que vem O Hobbit, O Senhor dos Anéis, O Silmarillion e em dezembro Os Filhos de Húrin, que ainda não tinha. E isso motivou-me mais ainda para devorar as obras.
Esse mês comecei com essa empreitada, não é fácil, são muitos livros e muitos afazeres além de ler...
E resolvi que para cada livro vou postar algumas palavras aqui no blog.
O primeiro post da série será então sobre O Hobbit que eu já li...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

5 Melhores Leituras de 2009

Ainda na onda de relembrar os bons momentos de 2009, segue os 5 melhores livros lidos em 2009. Tirando o primeiro os demais não estão em ordem de preferência:


1. O Menino do Pijama Listrado (John Boyne) - Uma história com tema batido, o nazismo, poderia ser mais um livro e ponto. Mas não é. Um livro curto, que mostra os acontecimentos dos arredores de Auschwitz, campo de concentração nazista do ponto de vista de um garoto, Bruno, filho de um capitão nazista. Bruno não sabe quem são as pessoas que ele vê ao longe, pensa que são fazendeiros, e ninguém na sua casa fala claramente para ele o que eles realmente são. Acontecem muitas coisas por lá. E apesar do final ser previsível, ainda me deixou com uma esperança de que não fosse aquilo, que poderia ser diferente, mas não foi. Vale muito a pena ler esse livro, o final é o que o livro tem de melhor, forte e emocionante. Tem também uma adaptação para o cinema, bem fiel ao livro, mas entre ler e assistir o filme fico com o livro.


2. Água Para Elefantes (Sara Gruen) - Um livro que diz ao que veio já no início e mesmo assim consegue prender a atenção. Uma história pitoresca, engraçada, triste, sofrida, enfim, com todos os elementos necessários para se fazer um bom livro. Jacob Jankowski é um velhinho que mora num asilo. O aparecimento de um circo nas redondezas faz com que ele relembre do passado e através das memórias passadas e das emoções presentes, ele nos conta sua história de faz-tudo num circo. O final é surpreendente e nos deixa com aquela saudade dos personagens, de vontade de ler mais sobre eles...




3. Eu Sou o Mensageiro (Markus Zusak) - Uma história que não promete muito a julgar pelo começo. Mas a  partir do momento que Ed Kennedy recebe uma carta de baralho com endereços a história se desenvolve muito bem. Na dúvida entre ir a esses lugares e jogar a carta fora, resolve ir e ver qual é o mistério ou brincadeira que estão fazendo com ele. E aí ele descobre algumas missões que precisa realizar com pessoas desconhecidas, mas acaba se auto-conhecendo melhor também. E o porque do título.




4. Orgulho e Preconceito (Jane Austen) - Um clássico não se torna clássica à toa, e é por sua história e personagens fortes que Orgulho e Preconceito se torna um clássico mundialmente conhecido e lido por milhares de pessoas. Uma história de amor que precisa passar por alguns dilemas, dúvidas para se mostrar verdadeiramente. Depois de lido se percebe claramente a relação dos sentimentos e atitudes dos personagens com o título. E acaba bem, como um bom romance.






5. O Estrangeiro (Albert Camus) - Um personagem que não demonstra seus sentimentos, ou melhor, que não sente necessidade de agradar a todos com falsidades e elogios mentirosos. Mersault mata um árabe a troca de nada, mas no julgamento leva-se muito em conta o fato dele não ter chorado no enterro da mãe, fato, na minha opinião, decisivo para o condenamento de Mersault. Vale muito a pena ler esse livro, é curto e a  leitura flui super bem.






Quero também comentar sobre outro livro que li nesses últimos dias de 2009: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres de Stieg Larsson. Um romance policial de primeira, com muito suspense, personagens cativantes. Faz parte da trilogia Millennium (os outros livros são: A menina que brincava com fogo e A rainha do castelo de ar). Vale a pena dar uma conferida também.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...