domingo, 28 de fevereiro de 2010

Texto sobre leitura

A professora passou-nos um texto sobre o contato com o texto, as emoções sentidas, etc. Achei bem interessante e vou compartilhar aqui.
Aqueles que são habituados a ler se identificarão com as palavras do texto, já aqueles que não possuem esse costume podem ser despertados para essa prática.


O Combate Com o Texto
Mas cuidado! Ele está vivo!

Por Ana Maria Netto Machado
Professora Doutora e Coordenadora do 
Mestrado em Educação da UNIPLAC

Falar em combate leva a pensar em violência, morte, massacre. O  combate do qual quero falar-te hoje, leitor, é menos sangrento, mais sutil, quase invisível, não costuma sair nos jornais e mora entre muitos de nós. Mas não por isso é menos nocivo!

Combater com um texto? Será possível? Dom Quixote de La Mancha via inimigos nos moinhos de vento. Será que estamos delirando como ele ao pensar nos textos como inimigos? O encontro semanal com três turmas de alunos, na Universidade de Caxias, em 1999, gerou em mim reflexões que quero partilhar contigo. Acompanha-me e verás!
Pensando nas queixas de alguns alunos em relação aos artigos, livros, textos que precisavam ler para as disciplinas, e a ideia, de uns quantos, de que não é preciso ler, mas bastaria que o professor explicasse a matéria, me ocorreu o seguinte:

Há muitas coisas na vida, as melhores e também as piores, que ninguém pode fazer no lugar da gente. Saborear meu sorvete preferido, de morango com chantilli, por exemplo; degustar um bom vinho tinto numa noite fria ao pé da lareira; apreciar um luar a dois no auge da paixão; experimentar a plenitude máxima de um encontro amoroso; sentir o frescor da água límpida que aplaca a sede, após uma longa caminhada na areia tórrida de uma tarde de verão ou, até, bem menos romântico, mas não por isso menos prazeroso, ler o gibi preferido, na privacidade do banheiro de cada um, sem ser importunado. Isto, para citar apenas as coisas boas!
Posso ouvir relatos de amigos sobre suas fantásticas aventuras amorosas ou esportivas. Posso partilhar de seu entusiasmo, mas a intensidade do vivido ficará com eles, impenetrável. Para usufruir das sensações de voar de asa delta, ou tantas outras coisas mais ou menos simples da vida, tenho de enfrentar o medo, o tremor e assumir o risco. Se sobreviver, provavelmente não me arrependerei de ter experimentado e ousado.
Naquele mesmo ano, 1999, um célebre professor da USP, Prof. Marcos Massetto, ministrou palestra para os professores da UCS. Ele criticava o professor tradicional que transmite conhecimentos. A Universidade não é um cursinho comprido profissionalizante, na Universidade ainda se aprende, dizia o professor. Assim como na vida, que fica muito monótona quando dela já sabemos tudo, e só temos que repeti-lo até o último de nossos dias.
Quando um dos meus alunos teve a franqueza de dizer-me o que pensava: que eu não precisava dar textos para os alunos lerem, mas bastava que eu explicasse a matéria, ele estava querendo que eu fosse uma transmissora de conhecimentos. Que eu lhe contasse como são as coisas da vida mas lhe poupasse de conferir com seus próprios meios. É como se eu comesse o meu sorvete e lhe contasse como foi delicioso ou horrível. Evidentemente, deixarei que seu sorvete derreta diante de sua boca sedenta, e me recusarei a saboreá-lo em seu lugar. Um texto não é um sorvete! Não estou ainda tão desmiolada! Mas pensemos juntos: eu, Ana Maria, com meu tom de voz, minhas imagens, minha história, meus amores, minhas escolhas, tenho o direito de impedir que meus alunos façam o seu próprio combate com os diversos autores dos textos que escolhi para apresentar-lhes? Pobre de Freud, de Dejours, de Piaget, de Malinowski, de Lacan, de Taylor, de Vigotsky, de Merlo, que ficarão todos um pouco parecidos, porque sou eu a apresentá-los, com meu estilo de falar, de vestir, de olhar, meus vícios e preferências, etc. tenho eu, como professora universitária o direito de ser um escudo entre estes jovens alunos e os grandes ou menos grandes pensadores de todas as épocas? Tenho eu o direito de guardar, só para mim, os prazeres e agruras do corpo-a-corpo com os autores? Tenho o direito de poupá-los do contato direto com estes personagens variados, com suas histórias, suas épocas, seus vícios de linguagem, seus delírios, suas teorias, suas paixões?
Não! Não tenho esse direito! O professor que transmite conhecimentos está na posição de barreira, impedindo que seus alunos criem intimidade com os texto e autores. Impedindo-lhes de experimentar a dor e o prazer decorrentes da luta ímpar entre o leitor e o autor. Impedindo que eles se defrontem com a estranheza dos costumes de outras épocas, de outros tempos. Impedindo que eles dêem de cara com os preconceitos, com os valores de outras culturas, que fiquem chocados, sintam-se agredidos, horrorizados e ... reajam! Impedindo que eles possam amar ou odiar tal ou qual autor, e não apenas amar ou odiar o seu proferssorzinho de carne e osso, que estão ali toda semana junto a eles.
Ninguém pode me substituir nem te substituir no combate com um texto. Essa luta me pertence e te pertence e evitá-la é covardia da pior espécie. Sairei e sairás marcado certamente, mas com o orgulho de ter honrado a luta. Terei e terás o que contar. Nada pior existe do que o arrependimento pelo que poderíamos ter feito, mas não fizemos! Pois, neste caso, nunca saberemos se teríamos sido vencedores ou vencidos, o que teríamos ganho ou perdido. É preciso que cada um tenha coragem de marcar um encontro com cada autor proposto. E esse encontro com teu autor será íntimo, exclusivo e único. É preciso poder xingá-lo, jogá-lo longe, rejeitá-lo porque escreve de maneira difícil, porque usa palavras que não entendo, porque fala de coisas que nunca vi. Ou então, poder segui-lo, abraçá-lo, acarinhá-lo, carregá-lo no ônibus, no colo ou embaixo do braço, no passeio de domingo ou no trajeto de cada para o trabalho. Querê-lo por perto porque está falando de mim, do que vivo no meu dia a dia, apesar dele nunca ter estado em minha casa e ter morrido muito antes que eu tivesse nascido.
Os textos, os livros parecem coisas mortas, sem graça, sem vida. São silenciosos, passivos, discretos, monótonos. Isso é o que pensam aqueles que não os frequentam! Mas eles são sorrateiros, traiçoeiros. Se tu, como leitor, passares a mão e olhos nas suas páginas pálidas crivadas de manchinhas pretas, por um certo tempo, se insistires, aí..., como a bela adormecida com um beijo do príncipe, aquele objeto parado tomará vida, ele roubará um pouco de tua vida e muita coisa pode acontecer, das lágrimas à felicidade, da raiva à excitação, do sono à insônia. Ele poderá te perturbar para sempre. O combate está proposto. É uma luta sem armas de fogo, uma luta corpo-a-corpo, íntima e sensual, que muitas vezes evitamos começar, desperdiçando assim experiências ricas, capazes de mudar nossas vidas. E não esqueçamos, se trata de experiências nas quais cada um de nós é insubstituível.
Pensa nisso, no próximo texto que te encarar! E coragem, porque não está morto quem peleia!!!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aula

Hoje tivemos uma aula muito boa. Com temas que renderam ótimas discussões: problemas sociais no Brasil.

Violência, educação, desemprego, preconceito. Em uma das aulas em que o povo mais participou, defendeu seus pontos de vista, trouxe dados para contribuir. Bem legal mesmo.

Ficou ainda muita coisa para discutir, afinal são assuntos complexos, que envolvem questões secundárias, históricas e políticas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fim de férias

Ai ai, bem dizem que tudo que é bom dura pouco. Grande verdade. Minhas férias (tanto do trabalho quanto da faculdade) acabaram esse findi (na verdade já teve aula ontem e hoje, mas não fui...) e estavam tão agradáveis.

Não sai para lugar nenhum, na verdade nem nos vizinhos eu fui eheheh, mas descansei bastante, entrei na net à vontade, li muito, dormi..

Essa semana fizemos nossa mudança, mas ainda tem muita coisa para arrumar e limpar. Não sabia que tinha tanta coisa, a maioria presentes, roupas e calçados até que não tinha tanto!

O único tempo perdido foi a leitura do livro A Cabana, que livro chato, enrolão... Fazia muito tempo que não lia um livro tão ruim quanto esse.... Mas há quem goste....

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Senhor dos Anéis - JRR Tolkien

Esse livro é o livro da minha vida!

Um livro que lido a primeira vez encanta, marca. Se lido uma segunda, terceira, quarta vez, ele emociona, se torna parte do leitor. Pelo menos para mim foi assim. Quanto mais se lê, mais se gosta e mais questões a serem debatidas/pensadas surgem.

E pensar que todo o universo criado por Tolkien foi para dar um pano de fundo às línguas que ele criou, ou seja, há muito mais por trás do livro, do que simplesmente a história de Frodo, Gandalf, Sauron, entre outros personagens.

Se você não leu, mas assistiu o filme e pensa estar a par da história está enganado. Os personagens e lugares são os mesmos, bem fiéis por sinal. Mas o desenrolar da história é completamente diferente. Ocasiões decisivas são diferentes no livro e no filme. Mas vale assistir, sim, porque é um filme muito bom. Mas nada como entrar fundo na história e ler os livros!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Férias

Ai ai coisa boa essa história de férias. Tudo tranquilo, pernas para o ar, soneca às tardes....
E muita leitura. Estou  quase terminando o terceiro livro de O Senhor dos Anéis. E toda vez que leio e chego no fim, eu me emociono com a história. Gostaria que tivesse mais um livro, que contasse as histórias da Quarta Era, que não me separasse de personagens tão queridos!
Assim que terminar posto mais sobre ele ^
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