sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Madame Bovary, Gustave Flaubert

Se hoje em dia ficamos boquiabertos com certos casos de traição que vemos por aí, imagine em 1857 quando Madame Bovary foi publicado.

O livro narra a história de uma mulher que trai seu marido. Baseado em história real, o livro rendeu até um processo a seu autor, Gustave Flaubert. Perguntado sobre quem seria o modelo, sua resposta foi: “Madame Bovary sou eu".

Lendo só isso, pode-se pensar que é só mais um livro, talvez as mais feministas digam que difamam as mulheres, os homens talvez não se interessem por tais questões… Mas não é. O autor consegue abordar vários temas e o livro é cheio de metáforas, alusões a outros autores e críticas.

Uma das críticas mais fortes do livro, aparecendo especialmente nas conversas entre o cura e o farmacêutico, é sobre a igreja, padres e seu modo de viver. Pois é, não bastava só tratar de um tema polêmico, tinha que censurar fortemente a igreja, que naquela época mandava muito. Chega a ser hilário ler alguns trechos de tais embates e os pontos de vista dos personagens.

Outro ponto interessante do livro é o fato de que o marido e a filha de Ema Bovary, especialmente essa, aparecem muito pouco no livro. E quando dão o ar da graça são em passagens rápidas com frases objetivas e como se o que fizessem pouco importasse.

Embora o livro tenha sido escrito no Século XIX é possível ver muitas pessoas que estão por aí hoje em dia já naquela época: a que quer se tornar famosa a qualquer custo, a que vive uma vida desregrada, a que quer viver do bom e do melhor, a que muito pouco quer trabalhar, enfim, um livro bastante atual na descrição de seus personagens.

O único ponto a desejar do livro foi que achei o início um pouco enfadonho, tanto que tive que recomeçar para poder seguir adiante.

Se está procurando um “clássico atual” esse livro é uma boa pedida!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...